Passeios, passeios, passeios!

Nem só de Sherbrooke vivem os brasileiros em Québec. No fim-de-semana conhecemos algumas das pequenas e encantadoras cidades que estao ao nosso redor.
Os amigos Fernanda e Marcelo alugaram um carro para fazer seus testes de direçao ( e passaram, parabéns!) e, como estavam motorizados, nos convidaram para passearmos pela regiao.
Que passeio gostoso!!! Companhia excelente, lugares lindos, muita risada e batata-frita...
As fotos estao logo aí abaixo, mas como eu sou meio "tancinha", agora é que me toquei que estao na ordem inversa, mas tudo bem. Para vocês entenderem, primeiro fomos para Ascott-Corner, cuja foto me esqueci de colocar e agora, pra disfarçar, postei aqui ao lado...hehehe
Depois, para East Angus, uma cidadezinha linda, mas com um cheiro horrível, por causa de uma fábrica de papel... dommage... Nossa próxima parada foi Dudswell, uma cidadezinha sossegada, cheia de lagos, cabanas e promessas de uma vida tranquila e serena... aiai (suspiros)...
Paramos para almoçar num simpático restaurante na estrada (aí entram as batatas-fritas, deliciosas por sinal!) e seguimos para Magog, que pensávamos ser bem menor e se revelou uma agradável surpresa.
Volta pra casa, descansa, dorme e no domingo, mais passeio. Aí, fomos para Coaticook, terra do melhor sorvete daqui (em nossa modesta opiniao). Infelizmente (ou felizmente para eles), a fábrica estava fechada... Mas nós voltaremos!!!!
Curtam as imagens....

Longa vida à Coaticook!!

Octavio Wonka em frente à Fantástica Fábrica de Sorvetes!!!

E dê-lhe Magog...

Vista da prainha de Magog (nao é litoral, nao, é um lago). Com uma lupa de alta potência é possível ver o Octavio e o Marcelo na barraquinha...

Centro de Magog

Pôr-do-sol em Magog

Os garotos felizes de barriga cheia...

Pausa para o almoço...

Almoço animado num restaurante pequeno e simpático, estilo filme americano... A fotógrafa nao sabe deixar a máquina no automático, por isso nao sai na foto... Sorry...

Vamos a la playa oh-oh-oh-oh-oh

Momento fotógrafa...

Dudswell

East Angus

Francisação

Bom, volto a escrever um pouco mais. Agora escreverei sobre as aulas de francisação.
Como sabem, chegamos em setembro e esperávamos fazer a francisação o mais rápido possível Nos inscrevemos ao curso e fizemos nossa avaliação com uma funcionaria de Montreal. Ela nos entrevistou e nos fez escrever um texto. Pelo que ela falou já estaríamos no avançado e seria bem provável que começássemos em 1° de novembro, pois a fila de espera para esse nível era menor. Ok, pensávamos que em novembro começaríamos e estaria tudo tranquilo. Aguardamos a carta de chamada e ... ela não chegou...
Ligamos para o serviço em Montreal e a funcionária nos informou que a fila de espera em Sherbrooke era de 3 meses. Putz, estragou tudo que pensamos, pois nos inscrevemos para aprender o francês e também para economizar uma grana.
Bom, conversamos com outros brasileiros que chegaram há dois ou três meses e também não foram chamados. Moral da historia: niguém sabe quanto tempo vai esperar para começar as aulas de francisação.
Mas, onde uns vêem tragédia outros enxergam oportunidades... E foi nisto que pensamos. Para não perder mais tempo nos inscrevemos no Saint-Michel para começar nossas aulas.
Olhando para trás e vendo nossa situação lhes digo, a título de depoimento, que me prepararia para ficar 6 meses sem ganhos e me inscreveria diretamente no Saint-Michel. Por que? Porque em geral, não quer dizer que isso é regra, mas muitas pessoas que saem da francisação do Cégep vão depois para Saint-Michel. E também outra coisa que o professor falou é que o curso de francisação do Cégep é do ministério de imigração e a francisação do Saint-Michel do ministério da educação. Sem contar que assim, você pode começar a estudar logo que chega e não ficar dependendo da famosa carta...
Minha opinião! A responsabilidade de fazer Cégep ou Saint-Michel é sua, mas dou meu depoimento para você saber.
Comecei as aulas nesta segunda, a Ale começará em dezembro. Meu medo agora é de apreender mais espanhol do que francês ou sair daqui com um grande sotaque hispânico o que chamo de “espancês”. Oui, c'est vrai! Todos os lugares que você for frequentar em francisação você irá encontrar entre 80 a 90% de hispânicos É provável que você e mais algum sérvio, romeno ou afegão completem o restante de lugares disponíveis. Pode ser um problema se você olhar de primeira ou uma oportunidade de conhecer outras pessoas. Depende de você. Pode ser bom ou ruim, vai ser você que fará disto uma oportunidade ou um problema.
As aulas funcionam assim: entramos 08:15 vamos ate 09:50 e voltamos 10:05 e depois saímos para o almoço as 11:40. Almoço aqui é você que traz de casa. Pode comprar se quiser mas são $3,50 dólares por dia, ai é só fazer as contas e ver se compensa. Voltamos 12:40 e vamos até 14:10, depois voltamos 14:25 e saímos as 16:10.
É um intensivo forte, mas as aulas são tranquilas, o que ajuda e muito, principalmente porque você verá diferentes sotaques em ação e quem sabe o professor lhe dará uma aula de quebecois.
Bom é isso, como falei, é a minha realidade e serve para vocês terem uma ideia do que pode esperar vocês aqui.

Saudades...

Acabei de falar com meus pais. Essa é a parte mais difícil de todo o processo de imigraçao. Esperar o pedido de exames é estressante, esperar o pedido de passaportes é enervante, esperar os passaportes voltarem já dá uma sensaçao de alívio... Comprar as passagens é divertido, arrumar as malas é cansativo, estressante e divertido, nao necessariamente nessa ordem... Mas a despedida... a despedida dói...
Depois de passar horas num aviao, nao dormir, se alimentar mal, enfrentar filas e fazer conexoes você pensa que essa dor sarou. Pois é... Sinto muito, mas nao sara... É uma ferida que cria uma casquinha, mas qualquer movimento já a rompe e dói de novo...
Como qualquer dor, tem dias que você nao sente. Tem dia que dói só um pouquinho. Tem dia que um telefonema cura. Tem dia que uma sesao de fotos cura. Mas tem dias que você acha que nao vai dar conta...
Claro que você consegue passar por isso. Mas por um instante, um segundinho só, você se vê no seu aniversário de 4 anos, ou no seu primeiro dia de escola, ou no dia que o seu primeiro dente de leite caiu e quer ficar lá pra sempre. Mas nao dá. Hoje você é um adulto, tem sua própria vida, fez suas escolhas e através delas você veio parar num outro país que tem tanta coisa bonita e interessante pra te oferecer. Onde nem tudo sao flores, mas os espinhos parecem menores... Aí você pensa no quanto você honrou os esforços dos seus pais, caminhando com suas próprias pernas, indo atrás das coisas que quer, sendo um adulto responsável, lutador e feliz. Aí você encontra novas forças e se sente melhor. Comigo, pelo menos é assim...
É o que tem de mais bonito essa história de morar em outro país – você se vê como herói na sua própria história. Tudo depende só de você (e do seu esposo, claro, se você tiver um). Você vai dar rumo pra essa história. Nao que no seu país nao seja assim. Sempre somos nós que temos (ou deveríamos ter) as rédeas de nossa vida. Mas quando estamos em família, as coisas parecem mais fáceis. E parece que a gente nem se esforça tanto assim... Mas quando você sai do « ninho » é que vê as forças das próprias asas...